Opinião do Especialista

A importância da alimentação e da segurança alimentar para a indústria de turismo

Publicado por Peter Tarlow

Os longos meses de verão do hemisfério norte  são umtempo para relaxar e desfrutar do ar livre. Quando trata-se da preparação de alimentos e bons hábitos de segurança alimentar, no entanto, estar muito relaxado pode destruir as férias ou mesmo levar a uma hospitalização. Embora ninguém tenha recentemente associado a segurança alimentar a atos criminosos ou atos de terrorismo, isso já ocorreu no passado. Como aprendemos durante a pandemia de Covid-, saúde é uma parte importante de segurança turística. Da mesma forma, a segurança alimentar deve ser um componente essencial para uma indústria de turismo sustentável. Basta-nos rever alguns dos problemas que a indústria de cruzeiros experimentou no passado para saber que a qualidade da nossa comida e da água que ingerimos, e a forma como protegê-las, são elementos essenciais para o sucesso do segmento turístico.

A questão da segurança alimentar é especialmente importante durante os meses de verão, quando as viagens estão no auge, muitas pessoas tendem a fazer piqueniques informais,churrascos e/ou festas na praia. Milhões de pessoas em todo o mundo associam estes encontros informais de verão de clima quente com uma experiência de férias ou com uma boas e saudável diversão. Leva, no entanto, apenas uma ingestão de comida estragada ou intoxicação alimentar inadvertida para arruinar as férias de uma pessoa ou a reputação de um local.

A comida afeta a nossa experiência de viagem e férias, e tem a capacidade de deixar nossos visitantes felizes ou com raiva. Por exemplo, podemos supor que uma das muitas razões pelas quais as viagens aéreas agora são frequentemente chamadas de “flightmeres” são entre outras razões, a má qualidade (ou ausência) de refeições nas companhias aéreas. No mundo do turismo pós-Covid os viajantes também tiveram que enfrentar preços inflacionados de alimentos e esses preços altos impactam não somente os custos dos restaurantes, mas o custo total das férias de verão. Comida cara demais não apenas aumenta o custo total das férias de verão, mas impacta a maneira como os visitantes percebem o local e seu desejo de retornar. Quando combinamos os alimentos caros com problemas de segurança ou higiene alimentar, então nenhum investimento de marketing, pelo menos no curto prazo, pode reparar a reputação geral de um local turístico.

Para ajudá-lo a pensar sobre o impacto dos alimentos em seu setor da indústria do turismo, por favor, considere o seguinte:

– Converse com donos de restaurantes sobre a segurança alimentar, desde a salada, incluindo bares e buffets. O primeiro ato de terrorismo alimentar na história moderna aconteceu na década de 1980 no estado de Oregon. Muitas pessoas na indústria do turismo não pensam sobre este problema potencial.

Trabalhe com feiras e eventos locais. A maioria dos eventos rurais e festivais servem comida, mas raramente consideram questões de gerenciamento de riscos. Na maioria dos casos, os problemas alimentares que acontecem em um festival poderiam ser evitados com alguns cuidados extras, planejamento e um pouco de cautela. Profissionais do turismo precisam se perguntar se o gerente do evento/festival fez um curso de segurança alimentar, quanta atenção foi dada às questões de gerenciamento de riscos e quais políticas e procedimentos entrariam em vigor no caso de um problema.

– Trabalhe com os órgãos de saúde locais. Uma indústria turística pode ser destruída pela percepção do público de que comer não é seguro. Atualmente, os food trucks são muito populares ao redor do mundo. Certifique-se de que esses caminhões atendem as normas internacionais de segurança alimentar. Verifique se há água potável e se os bebedouros são seguros. Por exemplo, vários destinos latino-americanas sofrem com o fato de que o público acredita que eles não oferecem água potável, produtos alimentares saudáveis ​​ou que há uma falta geral de saneamento. Em qualquer momento se você vir uma violação de saúde, denuncie ao proprietário e às autoridades competentes. Lembre-se que é preciso muito pouco para destruir uma indústria do turismo.

– Se você é um oficial de turismo, um concierge de hotel ou um guia certifique-se que os conselhos que dá aos visitantes sobre onde comer, estejam atualizados.Os restaurantes costumam ir e vir em um ritmo rápido e a mudança de gestão é comum nesse ramo. Seja preciso e atualizado em relação as informações que passa. Seja capaz de aconselhar as pessoas não apenas por seus gostos, mas também por faixa de preço.

– Crie menus multilíngues. Nos locais onde existem visitantes de vários lugares, crie menus em vários idiomas. Se não houver tradutores por perto, fale com o seu representante local, uma faculdade pública ou com algum professor de ensino médio de língua estrangeira.

– Treine garçons e garçonetes para serem sensíveis em relação as particularidades de cada cultura. Se uma pessoa não pedir carne de porco, não traga uma salada com pedaços de bacon. Ensine sua equipe a nunca afirmar: “é só um pouquinho”. Garçons e garçonetes deve estar familiarizado com o conteúdo dos menus e se isso for impossível, então treine-os para perguntar ao invés de criar uma resposta. Em um mundo com problemas culturais, religiosos, de saúde e restrições alérgicas, tal política é essencial. Esteja ciente dos problemas médicos e certifique-se de que todos os alimentos e pessoas de serviço estão saudáveis. Por exemplo, se um visitante é alérgico a amendoim, certifique-se de informar aos colaboradores que óleo de amendoim foi usado na preparação de um determinado item alimentar. Da mesma forma, tenha cuidado com os mariscos para aqueles que são alérgicos e nunca desafie um cliente que afirma que não pode comer um determinado alimento. Além disso, muitos garçons têm medo de perder um dia de salário se ficarem doentes. Forneça dias de folga suficientes para que um cozinheiro ou garçons/garçonetes não manuseiem comida quando estão doentes.

– Eduque os profissionais do turismo sobre o que está e o que é não está disponível. O público costuma buscar lugares fora do comum. Treine o pessoal para orientar as pessoas que desejam essas opções de alimentação para esses tipos de lugares. Muitas vezes, restaurantes afastados têm horários específicos e são difíceis de encontrar. Esses momentos de prestar um bom serviço aos clientes. Aproveitando para chamar o visitante, dando instruções ou ajudando a pessoa de alguma outra maneira especial, passarão a fazer parte da experiência gastronômica.

– Enfatize os alimentos ou pratos especiais da sua comunidade. Sua comunidade ou atração pode não ser Paris, Nova Orleans ou Nova York, mas e daí? Para fazer uma comida-impacto, tudo o que você precisa fazer é desenvolver um prato local e, em seguida, divulgá-lo. Da mesma forma, o ambiente pode agregar muito à experiência gastronômica. Na realidade o tipo de ambiente ou decoração é menos importante do que o fato de atender às expectativas do público. Por exemplo, vários restaurantes do Lower East Side da cidade de Nova York criaram uma imagem de impetuosidade que beira a grosseria que parece corresponder às expectativas e tornou-se seu próprio tipo de atração turística. O resto é com o cliente.

– Do ponto de vista do turismo, a era da franquia pode ter deixado seus dias de glória no passado. Turismo é sobre novas experiências e muitos restaurantes fast-food não encontraram uma maneira de misturar eficiência com a cozinha local. Muitos deles não só reduziram o serviço de pessoal mas também apresentam um aspecto menos higiênico. Os viajantes simplesmente não querem comer o que podem comer em casa. Para aumentar esse problema, muitos restaurantes fast-food estão simplesmente cada vez menos eficientes. Desde que a indústria alimentícia de fast food tentou ampliar seu cardápio, perdeu sua recurso precioso: economia de tempo. Para diminuir este problema, trabalhe para otimizar as lojas de fast-food. Ajude-os a tematizar seus restaurantes, para retirar itens específicos do menu e para adicionar outros.

– Lembre-se que a última e a primeira impressão de um local são quase sempre as mais importantes. O que é verdade sobre o paisagismo também vale para “paisagismo urbano” e “paisagismo dos restaurantes”. Os tipos de alimentos oferecidos aos visitantes que chegam e saem ajuda a definir toda a percepção quanto à viagem. Os estabelecimentos que dão prioridade à culinária, deveriam receber os principais prêmios da indústria de turismo e viagens.

Sobre o autor

Peter Tarlow

Dr. Peter Tarlow, PH.D, Founder and President of Tourism & More
Dr. Peter E. Tarlow is a world-renowned speaker and expert specializing in the impact of crime and terrorism on the tourism industry, event and tourism risk management, and economic development. Since 1990, Tarlow has been teaching courses on tourism, crime & terrorism to police forces and security and tourism professionals throughout the world.
Tarlow earned his Ph.D. in sociology from Texas A&M University. He also holds degrees in history, in Spanish and Hebrew literatures, and in psychotherapy. In 1996, Tarlow became Hoover Dam's consultant for tourism development and security. In 1998, Tarlow's role at the Bureau of Reclamation expanded. He was asked to develop a tourism security program for all Bureau of Reclamation properties and visitor centers. Tarlow continued his involvement with the Bureau of Reclamation until December of 2012. In 1999, the US Customs service asked Tarlow to work with its agents in the area of customer service, cultural awareness, and custom's impact on the tourism and visitor industry.
In 2000, due to interagency cooperation on the part of the Bureau of Reclamation, Tarlow helped to prepare security and FBI agents for the Salt Lake City 2002 Winter Olympic Games. He also lectured for the 2010 Vancouver Olympic Games. Tarlow is currently working with police departments of the state of Rio de Janeiro for the 2014 World Cup Games and 2016 Olympic games.
In 2003, US National Park Service asked Tarlow to take on special assignments dealing with iconic security for its multiple tourism sites. Within the US government Tarlow has lectured for the Department of the Interior, for the Department of Justice (Bureau of Prisons and Office of US Attorneys-General), the Department of Homeland Security and the American Bar Association’s Latin America Office. Tarlow has worked with other US and international government agencies such as the US Park Service at the Statue of Liberty, The Smithsonian's Institution's Office of Protection Services, Philadelphia's Independence Hall and Liberty Bell and New York's Empire State Building. He has also worked with the Federal Bureau of Investigation, The Royal Canadian Mounted Police, and the United Nation's WTO (World Tourism Organization), the Center for Disease Control (Atlanta, Triangle Series), the Panama Canal Authority. He has taught members of national police forces such as the members of the US Supreme Court police, and the Smithsonian Museum’s police. He has also worked with numerous police forces throughout the United States, the Caribbean and Latin America.
In 2013 Tarlow was named the Special Envoy for the Chancellor of the Texas A&M University System. At almost the same time the US State Department asked him to lecture around the world on issues of tourism security and safety. In 2013, Tarlow began working with the Dominican Republic’s national tourism police, then called POLITUR, and as of 2014 called CESTUR.
Since 1992, Tarlow has been the chief organizer of multiple tourism conferences around the world, including the International Tourism Safety Conference in Las Vegas. Since 2006 he has also been part of the organizational teams for the Biannual Aruba Tourism Conference and has helped organize conferences in St. Kitts, Charleston (South Carolina), Bogota, Colombia, Panama City, and Curaçao. In starting in 2013, Tarlow became a co-organizer of the first and second Mediterranean Tourism Conference held in Croatia.
Tarlow's fluency in many languages enables him to speak throughout the world (United States, the Caribbean, Latin America, Europe, and Africa, and the Eastern Pacific, and Asia). Tarlow lectures on a wide range of current and future trends in the tourism industry, rural tourism economic development, the gaming industry, issues of crime and terrorism, the role of police departments in urban economic development, and international trade.
Tarlow has done extensive research on the relationship between tourism, crime, and terrorism. He also works with police forces to understand their constituents and provide the best customer service possible. Tarlow publishes extensively in these areas and writes numerous professional reports for US governmental agencies and for businesses throughout the world. He also functions as an expert witness in courts throughout the United States on matters concerning tourism security and safety, and issues of risk management.
Tarlow’s research ranges from the impact of school calendars on the tourism industries to tourism ecology and business. These research interests allow Tarlow to work with communities throughout the United States. He is teaches how communities can use their tourism as an economic development tool during difficult economic times, and at the same time improve their local residents’ quality of life.
Tarlow speaks throughout North and Latin America, the Middle East and Europe, and Asia. Some of the topics about which he speaks are: the sociology of terrorism, its impact on tourism security and risk management, the US government's role in post terrorism recovery, and how communities and businesses must face a major paradigm shift in the way they do business. Tarlow trains numerous police departments throughout the world in TOPPS (Tourism Oriented Policing and Protection Services) and offers certification in this area. Tarlow provides keynote speeches around the world on topics as diverse as dealing with economies in crisis to how beautification can become a major tool for economic recovery.
Tarlow is a well-known author in the field of tourism security. He is a contributing author to multiple books on tourism security, and has published numerous academic and applied research articles regarding issues of security including articles published in The Futurist, the Journal of Travel Research and Security Management. In 1999 Tarlow co-edited "War, Terrorism, and Tourism." a special edition of the Journal of Travel Research. In 2002 Tarlow published Event Risk Management and Safety (John Wiley & Sons). Tarlow also writes and speaks for major organizations such as the Organization of US State Dams, and The International Association of Event Managers. In 2011, Tarlow published: Twenty Years of Tourism Tidbits: The Book. The Spanish language addition is to be released in 2012. He has recently published a book on Cruise Safety (written in Portuguese) entitled Abordagem Multdisciplinar dos Cruzeiros Turísticos. In June of 2014, Elsevier published Tarlow’s newest book: Tourism Security: Strategies for Effective Managing Travel Risk and Safety. He is currently writing a new book on tourism sports security (to be published in late 2016) and a series of articles on the same topic for the American Society of Industrial Security.
Tarlow’s wide range of professional and scholarly articles includes articles on subjects such as: "dark tourism", theories of terrorism, and economic development through tourism. Tarlow also writes and publishes the popular on-line tourism newsletter Tourism Tidbits read by thousands of tourism and travel professionals around the world in its English, Spanish, and Portuguese language editions. Tarlow has been a regular contributor to the joint electronic tourism newsletter, ETRA, published jointly by Texas A&M University and the Canadian Tourism Commission. His articles often appear in a wide range of both trade and academic publications including Brilliant Results and Destination World.
Tarlow lectures at major universities around the world. Tarlow is a member of the Distance Learning Faculty of "The George Washington University" in Washington, DC. He is also an adjunct faculty member of Colorado State University and the Justice Institute of British Columbia (Vancouver, Canada) and a member of the graduate faculty of Guelph University in Ontario, Canada. Tarlow is an honorary professor at the Universidad de Especialidades Turisticas (Quito, Ecuador), of the Universidad de la Policía Federal (Buenos Aires, Argentina), la Universidad de Huánuco, Peru, and on the EDIT faculty at the University of Hawaii in Manoa, (O'ahu). At numerous other universities around the world Tarlow lectures on security issues, life safety issues, and event risk management. These universities include institutions in the United States, Latin America, Europe, the Pacific Islands, and the Middle East. In 2015 the Faculty of Medicine of Texas A&M University asked Tarlow to “translate” his tourism skills into practical courses for new physicians. As such he teaches courses in customer service, creative thinking and medical ethics at the Texas A&M medical school
Tarlow has appeared on national televised programs such as Dateline: NBC and on CNBC and is a regular guest on radio stations around the US. Tarlow organizes conferences around the world dealing with visitor safety and security issues and with the economic importance of tourism and tourism marketing. He also works with numerous cities, states, and foreign governments to improve their tourism products and to train their tourism security professionals.
Tarlow is a founder and president of Tourism & More Inc. (T&M). He is a past president of the Texas Chapter of the Travel and Tourism Research Association (TTRA). Tarlow is a member of the International Editorial Boards of "Turizam" published in Zagreb, Croatia, "Anatolia: International Journal of Tourism and Hospitality Research," published in Turkey, and "Estudios y Perspectivas en Turismo," published in Buenos Aires, Argentina, and American Journal of Tourism Research.

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