Velódromo, onde aconteceram provas de ciclismo da Olimpíada do Rio, como antecipado pelo RJTV na segunda-feira (6), está com o ar-condicionado ligado desde o fim dos jogos, há cinco meses. O gasto estimado só em energia elétrica para este ano no local é de R$ 3,5 milhões.
Enquanto isso, atletas da modalidade se queixam que não têm lugar para treinar. A pista é especial e a madeira, pinus siberiano, veio da Alemanha – não há outra igual na América Latina. Para que a madeira não se estrague, o ar-condicionado precisa ficar ligado o tempo todo. A empresa alemã que construiu a pista orienta que a temperatura deve permanecer entre 18°C e 26° C. E a umidade do ar em torno de 30%.
Segundo o governo federal, ao todo, serão gastos R$ 10,8 milhões em manutenção, em 2017. A estrutura está de pé. Mas desde o fim dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, em setembro do ano passado, a pista nunca foi usada. Ninguém treinou, não houve competições. A previsão é que a primeira prova só seja realizada em maio.
O “Rio bike weekend” vai de 19 a 21 de maio. A Federação de Ciclistas (Fecierj) está negociando com o governo federal para que o Velódromo abra um mês antes do evento, para treinos, como explica o diretor de ciclismo de pista da Fecierj Rodrigo Babo.
“Todos os nossos atletas são obrigados a treinar em velódromo de concreto, abertos, que não possibilitam treinos em dias de chuva e têm um desempenho muito menor do que o que temos aqui no velódromo. Atletas de alto rendimento vão treinar em outras cidades e até em outros países, quando conseguem patrocínio. A expectativa é fazer um ciclismo de alto rendimento com patrocínio privado”, disse Babo.
O Velódromo foi a obra mais polêmica da Olimpíada. Uma das últimas a serem entregues para os jogos. A obra – bancada pelo governo federal – custou R$ 143 milhões.
Para que o Velódromo volte a ser usado o Comitê Olímpico Brasileiro disse que disponibilizou bicicletas para um projeto social que está sendo montado com escolas da região. E a Federação de Patinação pediu ao COB para usar a parte central do Velódromo.
O Ministério do Esporte disse que assinou contratos no último domingo (5), para estudar formas de utilizar melhor o Parque Olímpico, inclusive o Velódromo. Por enquanto, esse continua sendo – apenas – um ponto fresquinho – e vazio – no verão carioca,