Sem dúvida, viajar é uma experiência maravilhosa. Alarga os nossos horizontes, permite-nos entender novas sociedades, deixa-nos ver coisas com as quais apenas sonhamos, além de nos dar a oportunidade de nos vermos de outras maneiras, muitas vezes tal como somos vistos pelos outros.
Infelizmente, quando viajam, algumas pessoas fazem coisas tão estúpidas quanto perigosas. Este mês, a Tourism Tidbits aborda algumas das coisas que queremos evitar quando viajamos. Para os profissionais, é essencial entender tais fenômenos sociológicos, para levarem em consideração sempre que programarem atividades. Estes princípios são importantes, pois os mesmos fenômenos sociológicos afetam tanto os viajantes a lazer quanto os de negócios, tanto os homens quanto as mulheres, tanto os adolescentes quanto os idosos.
Quando estes problemas ocorrem, raramente os viajantes ou os turistas culpam a si próprios, tendendo a atribuir as responsabilidades ao destino turístico, daí resultando numa má publicidade boca a boca.
Uma questão-chave para todos os profissionais do turismo é a consciência de que os viajantes têm opções. No segmento do lazer esta afirmação é quase sempre verdadeira. Já no turismo de negócios, o mais comum é os viajantes procurarem alternativas, substituindo as reuniões que demandam deslocamentos físicas pelas comunicações virtuais.
As atividades turísticas consideradas essenciais podem facilmente vir a sofrer calamidades, caso não tenham o devido cuidado com o padrão de serviço prestado a seus clientes e na criação de destinos seguros. Quanto a pessoas que viajam a lazer, freqüentemente, estas assumem que o local para onde se deslocam é seguro e reduzem os respectivos níveis de precaução.
Parte do desafio de ser um profissional do turismo consiste em aconselhar os viajantes em matéria de segurança, sem os assustar. Este equilíbrio é uma das razões pelas quais as Unidades de Segurança para o Turismo (TOPPs) são tão importantes. Estes profissionais, tanto no Setor Público quanto no Privado, são essenciais ao Turismo.
Freqüentemente, os seguintes princípios refletem alguns dos erros mais comuns que ocorrem quando viajamos:
– Viajar é desgastante. Não interessa aquilo em que nós, no turismo, queremos acreditar, viajar provoca ansiedade e a ansiedade nos deixa em perigo. Prepare os seus clientes para a ansiedade das viagens, lembrando a necessidade de terem planos alternativos, de anotarem os números de telefone necessários, além de se certificar que eles levam a comida e água para o caso de ocorrerem atrasos. Os criminosos sabem que as pessoas ansiosas tendem a não pensar, a deixar coisas (tais como as carteiras e os passaportes) à vista e a falar alto. Recordem que enquanto os viajantes estão ansiosos, os criminosos não estão. Por isso mesmo, não deixem de reforçar junto aos seus clientes para prestarem atenção às carteiras, não mostrarem os cartões de crédito, a esconderem as senhas sempre que usarem telefones públicos ou caixas automáticas, para evitar que alguém as fotografe.
– Sempre que viajamos parece que o nosso bom-senso ficou para atrás. Em parte, a razão disso é assumirmos que o lugar para onde vamos é seguro, ou que nada irá nos acontecer enquanto viajamos. Nada está mais distante da verdade. O crime está presente em toda a parte e as polícias estão sempre dotadas de poucos recursos. Adicionalmente, a tendência mostra um crescimento do terrorismo. Por exemplo, o jornal britânico The Economist stated declarou que: “And terrorism is spreading. 67 countries saw at least one death last year (2014) compared with 59 the year before. The number of plots by jihadist groups against Western countries has leaped, in particular since September 2014 when an IS spokesman called for its followers to attack those Western countries involved in military efforts in Syria and Iraq. Most plots have failed, though a growing number have been successful. But the terrorists only need to carry out one big plot to succeed.” De acordo com uma outra fonte, em 2001 houve cerca de um mil ataques terroristas no mundo inteiro. Em 2015, esse número tinha subido até aos 30 mil. A este propósito, é importante constatar que algumas fontes contam as tentativas frustradas de ataque como ataques, além de não existir uma definição geralmente aceite de “ataque terrorista”. A experiência mostra que devemos ter uma atitude equilibrada para com os visitantes e os nossos colaboradores, recordando que devem sorrir e relaxar, sem deixarem de estar atentos e vigilantes.
– É um erro assumir que as pessoas são sempre boas em todos os lugares. É melhor aceitar que há crimes em toda a parte e que devemos tomar as mesmas precauções que já seguimos na nossa terra. No mundo do turismo, não existem apenas os mesmos crimes que ocorrem em qualquer lugar, mas também há crimes são mais freqüentes no contexto das viagens e do turismo. Por isso mesmo, é preciso ter o maior cuidado com as falcatruas, os crimes de distração (i.e., os batedores de carteira, os furtos de malas ou a clonagem de cartões de crédito). Não esqueçam que nem todos os que trabalham nas viagens e no turismo são honestos e que os crimes violentos podem atingir qualquer um de nós.
– Recordem que quando estiverem em outro lugar, os viajantes podem ser surpreendidos. Aconselhe os viajantes a não escolher um táxi que não tenha uma licença das autoridades, sobre qual o montante normal da gorjeta nos restaurantes ou até como calcular o valor das moedas estrangeiras. Do mesmo modo, recorde-lhes que não devem andar sozinhos por ruas escuras e para levarem consigo apenas o dinheiro suficiente para que os ladrões não fiquem frustrados e causem males piores. Em síntese, lembrem-lhes que até o homem mais forte pode ser derrubado, sobretudo de surpresa.
– Recordem que, na maior parte dos casos, os culpados de crimes no turismo não são apanhados. Por isso mesmo, a prevenção é a melhor proteção. Digam aos visitantes para procurarem passar despercebidos entre a população local, com o mesmo tipo de roupas e não chamando a atenção com mapas ou câmaras, além de saberem onde vão e quanto custa lá chegar.
– Procurem respeitar a natureza. Muitos visitantes pensam estar num set de filmagem e não em espaços abertos. Tanto as intempéries quanto os animais selvagens, incluindo os insetos, podem matar. Um exemplo perfeito da falta de respeito pela natureza, associada à falta de bom-senso, é o número de afogamentos nos nossos rios e praias. Apesar de todos os avisos, há quem pense que o oceano é só uma piscina grande…
Fonte: http://www.tourismandmore.com/