Comandantes de 40 Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) concluíram um curso de capacitação para abordar usuários de álcool e drogas em comunidades pacificadas do Rio. O curso abordou questões como o funcionamento e os efeitos das drogas no organismo e a diferença entre o uso, o abuso e a dependência química.
Segundo o capitão Márcio Rocha, atual comandante da UPP do Morro do Borel, na Tijuca, Zona Norte do Rio, é importante que o policial saiba o momento certo de fazer a abordagem, até mesmo durante ocorrências na comunidade. “Quando somos chamados para tumultos em uma festa ou som alto, por exemplo, temos que saber como aquela pessoa está, conhecer o efeito da substância da droga no organismo. Essa análise é importante para o policial entender aquela agressividade. Esse tipo de pessoa não é a que devemos recorrer para baixar o volume do som durante uma festa”, afirmou o comandante.
Ainda de acordo com o comandante, até hoje, quando o policial era abordado numa comunidade para interceder em alguma situação de iminente violência doméstica em decorrência do uso de drogas, a orientação que era que o familiar esperasse ocorrer a agressão para fazer o registro ou acionar a polícia.
“Não podíamos interceder até que a agressão ocorresse. Não possuíamos orientação diferente disso. Nossa relação com a comunidade era muito afastada. Esse tipo de ação colabora, inclusive, com a política de proximidade das UPPs”, disse Rocha, ressaltando que a medida também ajuda na repressão ao tráfico de drogas na origem. “Quanto menos gente quer usar, menos gente quer vender. Vamos colaborar para a redução do consumo”.
Inicialmente, 40 comandantes participaram da capacitação, que se estenderá aos coordenadores das UPPs e aos policiais que desenvolvem trabalhos sociais nas comunidades. O objetivo é contemplar 400 policiais de áreas pacificadas de todo o Estado do Rio, entre outubro de 2015 e agosto de 2016. A previsão é que 10 oficiais de cada UPP sejam capacitados.