O Estado Islâmico (EI) tem feito invasões significativas na África. Uma Coalizão de 84 membros comprometidos em combater o EI globalmente está trabalhando para impedir mais avanços no Continente Africano por afiliados do EI.
A Coalizão Global de Combate ao Estado Islâmico realizará sua reunião ministerial anual em Marrakesh, Marrocos, em 11 de maio a fim de abordar a crescente ameaça do EI na África e continuar seus esforços para combater a ameaça no Iraque e na Síria, bem como no Afeganistão.
A reunião ministerial no Marrocos é a primeira da Coalizão realizada em um país africano. Os membros da Coalizão se reunirão em um grupo menor conhecido como Grupo Focal da África em 10 de maio para colaborar especificamente no combate ao EI na África antes da reunião ministerial maior no dia seguinte.
“O objetivo é aprimorar e incrementar as capacidades de contraterrorismo dos membros africanos da Coalizão”, disse Douglas Hoyt, enviado especial adjunto em exercício do Departamento de Estado para a Coalizão Global de Combate ao EI.
Os membros vão analisar os esforços existentes a fim de combater o EI na África, identificar lacunas e compartilhar informações. “Não queremos duplicar esforços, mas reforçá-los”, afirmou Hoyt.
Tendência perturbadora
O secretário-geral da ONU, António Guterres, chamou a expansão do EI na África de “alarmante”. Segundo o Departamento de Estado dos EUA, as mortes por ataques do EI quase duplicaram* na África Ocidental de 2017 a 2020, de 2.700 para 5 mil. O EI-Moçambique foi responsável por cerca de 1.500 mortes naquele ano.
O EI financia suas operações por meio de esquemas que ameaçam a população local, como roubo, extorsão e sequestro por resgate. O grupo extremista é mais capaz de cruzar fronteiras e fazer incursões em regiões onde o controle do governo é limitado.
Para enfrentar o problema, a Coalizão lançou o Grupo Focal da África em dezembro, com Marrocos e Níger assumindo papéis de liderança juntamente com a Itália e os Estados Unidos.
O grupo tem como objetivos:
- Ajudar os parceiros africanos a fortalecer a segurança nas fronteiras e aumentar a coleta de impressões digitais e amostragem de DNA para rastrear e identificar combatentes do EI.
- Aumentar a capacidade das nações africanas de coletar evidências no campo de batalha, melhorando as chances de processos judiciais após os ataques.
- Garantir que os parceiros africanos tenham a capacidade de coletar e armazenar dados de viagem, compilar dados biométricos e manter uma lista de observação de combatentes do EI.
Progresso alcançado
Alguns esforços já estão em andamento. No início deste ano, o Centro de Excelência da Otan para Policiamento e Garantia de Estabilidade convocou forças policiais do Oriente Médio e da África do Norte, incluindo Argélia, Marrocos e Tunísia, para receber treinamento sobre a coleta de evidências de campo de batalha para casos de terrorismo.
A Interpol, membro da Coalizão, conduziu a Operação Simba III** em abril de 2021, em Quênia, Tanzânia e Uganda. Realizada com parceiros africanos, a Simba incluiu 4,6 milhões de verificações nas fronteiras contra os bancos de dados da Interpol, obtendo 700 resultados para documentos de viagem perdidos ou roubados, e identificando suspeitos procurados por terrorismo, tráfico de drogas e assassinato. As autoridades de Uganda apreenderam 25 kg de nitrato de amônio e outros materiais usados na fabricação de explosivos.
Cerca de cem agências de aplicação da lei foram treinadas nas ferramentas da Interpol, antes da operação de dez dias.
“Através de suas ferramentas e serviços de policiamento, a Interpol está determinada a ajudar países em regiões como a África Oriental a lidar com suas ameaças de segurança específicas e ajudar a construir um ambiente mais seguro”, disse o diretor de Contraterrorismo da Interpol, Gregory Hinds, após a operação.
Fonte: ShareAmerica (https://share.america.gov/pt-br/parcerias-para-combater-o-estado-islamico-na-africa/)