Relatório da Europol diz que fraudes estão a aumentar desde que começou o período de alerta na Europa por causa da pandemia de covid-19.
Uma crise é uma oportunidade. E o tempo de pandemia está a ser uma oportunidade de ouro para todo o tipo de vigaristas e criminosos, que se estão a aproveitar do súbito aumento da procura de produtos e equipamentos médicos e farmacêuticos para enganar cidadãos e até estados, alerta a Europol, num relatório divulgado na sexta-feira.
As possibilidades são imensas. Há campanhas de phishing – que é a tentativa fraudulenta de obter passwords e números de cartão de crédito, por exemplo, num site ou email que parece idêntico a uma entidade legítima -, distribuição de software malicioso através de links e attachments e ataques de ransomware, em que o conteúdo de um computador é basicamente raptado por um criminoso, e só é libertado para o seu legítimo proprietário se for pago um resgate.
Com as escolas fechadas nos países da União Europeia, as crianças passam mais tempo online e a Europol notou um crescimento da busca de materiais de pedofilia. E houve também um aumento drástico de violência doméstica – em França, a subida foi superior a 30% numa semana.
Também há adaptações de esquemas clássicos de fraudes telefónicas, ou fraudes no fornecimento de material encomendado. Sem revelar a identidade dos burlados, o relatório da Interpol avança alguns exemplos. O que pode acontecer quando um Estado-membro da União Europeia tenta comprar equipamento médico – por exemplo, máscaras cirúrgicas.
Um país da UE investigou a transferência de 6,6 milhões de euros de uma empresa para outra, em Singapura, para adquirir álcool em gel, e máscaras. Mas nunca recebeu esses produtos. Noutro caso, vivido por outro Estado-membro, uma empresa tentou comprar 3,85 milhões de máscaras e perdeu 300 mil euros, relata a Europol.
Este tipo de casos tem sido relatado por vários membros da União Europeia – veja-se o que se passou com Espanha, que adquiriu testes que não era precisos a uma empresa chinesa, embora o problema, aparentemente, estivesse no intermediário do negócio.
“É de esperar que haja um grande número de esquemas de fraude novos ou adaptados relacionados com a pandemia durante as próximas semanas e meses, com um potencial bastante gravoso de causar danos financeiros aos cidadãos, empresas e organizações da Administração Pública”, alerta a Europol.
Outro alerta é relativo a um grande aumento da venda online de medicamentos não autorizados e de qualidade duvidosa, como antivirais e o antimalárico cloroquina. Foram apreendidas grandes quantidades de vitamina C em todo o mundo, conhecida por poder estimular o sistema imunitário, bem como outros suplementos alimentares. Analgésicos e antibióticos são outras categorias significativas.
Fonte: publico.pt