Segurança Empresarial

Roubo de carga custaram R$ 57,6 bi em 2017

Publicado por Site da Segurança

Este valor equivale a 9% do PIB industrial da região sudeste!

A insegurança, que tem levado o setor produtivo a ser vítima de roubo ou furto de carga e vandalismo, custou às industrias dos quatro estados do Sudeste R$ 57,6 bilhões em 2017, quando quase uma em cada três empresas da região (29%) sofreu esse tipo de violência. As empresas do Sudeste são as que mais sofrem com a criminalidade. Os dados são de levantamento realizado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), em parceria com a confederação nacional do setor e com as federações representativas de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.

Segundo os presidentes das quatro entidades estaduais, o ônus não é só para as empresas, que precisam repor as perdas e aumentar os investimentos em seguros e segurança privada. Sobra também para o consumidor, que acaba tendo de pagar por produtos mais caros, refletindo esse gasto extra. Eles se encontraram na tarde desta quarta-feira, na Casa Firjan, no Bairro de Botafogo.

— A questão de segurança não é so o drama da vida das pessoas, mas mas custa dinheiro. E muito — disse Eduardo Eugênio Gouvêa, presidente da Firjan. — E custa investimento, elas (as empresas) deixam de investir, de gerar emprego, vão para outras regiões — complementou Leonardo de Castro, presidente da Findes, entidade que representa as indústria do Espírito Santo.

Segundo o levantamento, realizado com 800 empresários do Sudeste, do quase um terço das empresas vítimas da criminalidade, praticamente metade (48%) teve carga furtada ou roubada. Em seguida vêm empatados os roubos ou furtos de máquinas e equipamentos e a colaboradores, com 26,8 e 25,6%, respectivamente.

— Temos um observatório na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) de produtos ilícitos (roubados, falsificados ou sem origem compravada). Eles representam um preuízo de R$ 15 bi por ano, faturamento que poderia ser usado para contratratar gente e tira mercado das empresas — disse o presidente em exercício da Fiesp, José Ricardo Roriz.

Dos 57,6 bilhões do ônus assumido pelas empresas pelos crimes, R$ 19,8 bilhões correspondem ao prejuízo direto, R$ 19,2 bilhões foram investidos em seguros contra roubo e furto e R$ 18,5 bilhões em segurança privada.

Além do prejuízo financeiro, a violência afasta novos investimentos da região e, consequentemente contribui para manter os níveis de desemprego elevado. De acordo com a Firjan, a região possui 6,5 milhões de pessoas em busca de emprego, o equivalente a toda a população da capital fluminense. A maior parte das indústrias pesquisadas (59,6%) declarou que suas decisões de investimentos, em termos de localização da empresa, são afetadas pela falta de segurança.

— No Brasil todo o crime prospera. A questão da renda e do emprego são fundamentais para reduzir esses altos índices. A segunda questão é entender que a responsabilidade pela segurança é também do governo federal, não só dos estados. Algo que só foi despertado depois da intervenção federal no Rio. Esquecemos de patrulhar nossas fronteiras e os portos, por onde entram armas. Fizemos escolhas erradas — finalizou Gouvêa.

Fonte: https://oglobo.globo.com

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