O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, e o general Braga Netto assinaram esta semana o plano de transição para o fim da Intervenção Federal na Segurança Pública. Segundo afirmou nesta sexta-feira (7) o porta-voz do Comando Militar do Leste, coronel Carlos Cinelli, as medidas já estão em vigor.
“Sim, assinamos”, confirmou Pezão ao G1. “O novo governador vai receber esse plano e fazer a transição”, emendou. Segundo ele, apesar de o Rio ter sido comparado por Jungmann a um paciente que ainda tem febre, o Estado teve melhoras na segurança no período de intervenção.
“Avançamos muito e recebemos investimentos que não teríamos condições de fazer durante muito tempo”, destacou Pezão. “É impressionante o que a Polícia Rodoviária Federal apreendeu nesse período”, lembrou.
Pezão se refere à Operação Égide, da PRF, que de 10 de julho de 2017 a 5 de julho de 2018 prendeu ou apreendeu, somente no Estado do Rio:
- 3.230 suspeitos
- 12,6 toneladas de maconha
- 1,2 tonelada de cocaína e crack
- 464 armas de fogo, entre 62 fuzis e 298 pistolas
- 107 mil projéteis
- 9 milhões de pacotes de cigarro
No período, 1.561 veículos foram recuperados.
“Esse plano contém basicamente os objetivos do processo de transição premissas, metas, modelo de governança, as etapas e as tarefas a serem realizadas por cada uma das secretarias”, afirmou o general Braga Netto. O porta-voz Cinelli faz coro.
Os pontos principais incluem, segundo Cinelli:
- Continuar com o trabalho de saneamento das polícias
- Identificar gargalos administrativos para que as aquisições sejam feitas “de modo republicano”
- Fortalecer as polícias como órgãos de Estado, “sem interferência política”
- Aumentar a autoestima dos policiais
Cinelli ressaltou que o modelo de ocupação permanente não funcionam. “O Estado do Rio não pode ser tutelado pelo Exército para sempre. São os órgãos de segurança pública que têm essa prerrogativa.
Segundo o coronel, caso não tivesse sido decretada a Intervenção Federal na Segurança Pública do Rio de Janeiro no início do ano, atualmente a situação do estado seria insustentável.
“É importante caracterizar que se nós não tivermos uma continuidade disso a partir de dezembro, qualquer que seja ela – não estou dizendo que a intervenção deve continuar ou a GLO [o regime de Garantia da Lei e Ordem] deve continuar – isso é uma decisão política”, afirmou Cinelli.
O porta-voz destacou que índices de roubos de veículos e cargas tiveram redução considerável.
A Intervenção
O regime foi decretado em fevereiro, quando o então secretário, Roberto Sá, foi exonerado, e a cúpula da segurança passou para o comando das Forças Armadas.
Entre os índices divulgados anteriormente pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), na comparação entre os meses de julho de 2017 e julho de 2018, destacam-se:
- aumento de 105% das mortes em ações policiais;
- aumento de 9% nos homicídios dolosos;
- queda de 29% no roubo de veículos;
- queda de 61% nos latrocínios;
- queda de 19% no roubo de carga.
O número de tiroteios aumentou 61%, segundo o aplicativo Fogo Cruzado.
Fonte: G1