Após o inverno a primavera se aproxima no hemisfério norte, momento em que os governos suspiram aliviados por não terem sofrido grandes pandemias. Esta temporada foi, no entanto, em muitas partes do mundo, uma época marcada por surtos de gripe que resultaram em dias perdidos de trabalho e até mesmo em casos de óbitos.
O turismo é especialmente vulnerável a doenças contagiosas. Tanto os funcionários que trabalham na indústria do turismo como os turistas mantêm contato próximo e muitas vezes ficam por longos períodos em ambientes fechados, com ar condicionado e sem ventilação natural. Além disso, os viajantes estão sujeitos a problemas com fuso horários, noites mal dormidas e a uma alimentação irregular durante as viagens. Em algumas funções da indústria do turismo, menos remuneradas, os funcionários temem perder o emprego caso se afastem por motivo de doença e acabam trabalhando mesmo doentes e infectando outras pessoas.
Não bastassem as dificuldades que enfrentamos em certas viagens, ainda há outros problemas que devem ser levados em consideração. Por exemplo, os padrões de higiene, que não são iguais em todo o mundo. O viajante geralmente não tem conhecimento do nível de assepsia de um restaurante, dos garçons que lá trabalham, da qualidade do colchão em que está dormindo ou da condição dos dutos de ar condicionado no seu hotel.
Uma única camareira doente pode infectar o quarto de vários hóspedes enquanto o limpa. Alguns desses desafios relativos à saúde e bem-estar dos colaboradores e clientes são amplamente vivenciados no setor de cruzeiros, como o combate ao vírus Nordau, ou em edifícios turísticos devido à doença do legionário.
O turismo envolve viagens e os horários são programados pressupondo o bem estar do passageiro. Porém, o passageiro não pode mudar sem ônus sua reserva aérea devido a um mal estar, assim como a reserva do hotel. Em muitas partes do mundo, o sistema local de saúde pode não aceitar o seguro de saúde internacional, pode não ser fácil encontrar um médico bilíngue e problemas de comunicação podem dificultar o atendimento ao paciente. Estes mesmos problemas não se aplicam apenas aos viajantes a lazer e negócios, mas também aos socorristas internacionais e agentes do governo. Muitas vezes, essas pessoas estão tão envolvidas com seus trabalhos que esquecem que também são seres humanos frágeis que também estão sujeitos a doenças. Para ajudá-lo a pensar em cuidar de seus visitantes e, ao mesmo tempo, cuidar de si mesmo, o Tourism Tidbits apresenta-lhe as seguintes ideias.
– Desenvolver uma força-tarefa no que tange a saúde na indústria do turismo. Manter os funcionários e hóspedes saudáveis é diferente de manter a população local saudável. Os visitantes têm menos informações e muitas vezes mais estresse do que a população local. A força-tarefa deve considerar tudo, desde a disponibilidade médica até os problemas de seguro de saúde estrangeiro. Deve também considerar as questões locais de saneamento e higiene, e como os visitantes podem acessar as farmácias sem ter um médico local.
– Trabalhar com a mídia local. Esta pode ser uma grande aliada ou se tornar um grande problema. Há sempre a necessidade de ter o auxílio da mídia na disseminação de informações, mas isso deve ser feito de forma planejada a não repelir o turista, pois já seria um problema por si só. O caso dos relatórios da “SARS” há alguns anos é um exemplo perfeito do que não fazer. Nesse caso, informar erroneamente sobre uma doença pode causar um impacto econômico negativo enorme e piorar o problema em vez de melhorá-lo.
– Envolver agências governamentais em seu plano geral de saúde. Muitas doenças relacionadas ao turismo estão inter-relacionadas com questões da qualidade do ar, da água e de saneamento básico. Lembre-se, onde há lixo há roedores, mesmo em países de primeiro mundo. Estas, também são questões essenciais para a população local, mas o turista é mais propenso a doenças locais devido à poluição da água e do ar. Os visitantes muitas vezes não sabem se podem consumir a água local, se a mesma é ou não potável, assim como os cubos de gelo. É responsabilidade da indústria do turismo informar os visitantes sobre estas precauções em vez de assumir que um viajante cansado saberá perguntar.
– Tenha um plano para lidar com distúrbios emocionais e psicológicos do turista. Viagens podem produzir situações de estresse e estresse pode resultar em doenças mentais adicionais que podem variar de problemas de comportamento pessoal ao comportamento psicótico. Muitas vezes, as pessoas acreditam que estar em um novo local irá resolver um problema de ansiedade ou estresse. Os resultados geralmente são contrários. Isso significa que os profissionais do turismo precisam saber a quem recorrer quando confrontados com uma pessoa que sofre de algum tipo de distúrbio mental. Muitas vezes, esses problemas são agravados pelo fato da pessoa não se sentir segura e não conseguir se comunicar no idioma local.
– Cuide-se. As linhas aéreas lembra-nos sempre de colocarmos nossa máscara de oxigênio antes de ajudar os outros. São sábias palavras. O mesmo se aplica ao profissional que atua na indústria do turismo, que não poderá cuidar de ninguém se estiver doente. Isso significa que os profissionais do turismo precisam cuidar da saúde, se alimentar corretamente, descansar e fazer check up regularmente. Quanto melhor de saúde estiverem, mais preparados estarão para cuidar dos outros.