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Manifestações contra a privatização da Cedae

Publicado por Site da Segurança

Na tarde da quinta-feira (9/02), cerca de 10 mil trabalhadores, entre eles muitos servidores públicos e funcionários da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), protestaram contra a privatização da empresa de saneamento.

O ato contra a privatização da Cedae começou ao meio dia e a repressão durou mais de 4h seguidas. “Isso é uma covardia, jogando bomba de gás e spray de pimenta em trabalhador. Estamos aqui defendendo a água, nossos empregos e essa empresa que é do povo. Estamos aqui na batalha e temos que tirar Pezão de lá”, afirma o presidente do Sintsama, Humberto Lemos.

Durante o protesto, um carro blindado, conhecido também como caveirão, foi usado contra manifestantes. Uma das vítimas foi o secundarista Carlos Henrique Senna, 18, baleado por uma bala de borracha perfurante. Ele foi levado ao Hospital Souza Aguiar, e o médico informou que houve lesão grave do intestino, além de afetar o estômago.

O jovem estuda no Colégio Hebert de Souza, na Tijuca, e é militante da Associação Estadual dos Estudantes  Secundaristas (AERJ).

“A polícia militar fez uma emboscada, na Praça 15. Os manifestantes foram atacados e não conseguiram sair desse reduto. Teve até tiro de arma letal”, informou a ativista Beatriz Lopez, integrante da União da Juventude Socialista (UJS).

Apesar da violência da PM, à 16h30 os manifestantes voltaram para frente da Alerj para continuar o protesto contra a votação, que se estenderá até à noite.

“Não existe diálogo com a população. Os governantes já lidam com o povo na base da porrada. Mas o povo acordou, por isso estamos aqui hoje. Paga o policial para dar porrada na gente, está aí o resultado: as ruas do Rio estão parecendo palco de guerra”, afirmou um bombeiro que pediu anonimato.

O Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (Muspe) já prepara novo protesto no dia 15 de fevereiro, quando será votado na Alerj o Pacote de Maldade (proposta de ajuste fiscal do governo Pezão).

Para que privatizar?

A proposta do governo de Luiz Fernando Pezão é fatiar a Cedae. A estatal continuaria com a captação de água e as outras empresas privadas ficariam responsáveis pela distribuição de água e esgoto, de acordo com informações do Sindicato dos Trabalhadores em Saneamento Básico e Meio Ambiente do Rio de Janeiro (Sintsama -RJ).

“Querem vender uma empresa que acaba de realizar um dos seus maiores investimentos dos últimos anos. Isso só trará prejuízos à população. Também não está provado que a iniciativa privada é mais eficiente que a administração pública”, criticou o secretário-geral do Sintsama, Paulo Sérgio Faria.

O funcionário afirma ainda que a distribuição de água e esgoto é justamente a parte mais rentável, o “filé mignon” da empresa. Portanto, nessa divisão o governo ficaria com o setor que gera os gastos mais altos.

Desde 2007, a Cedae vem realizando forte investimento na ampliação das redes de água e esgoto, o que tem gerado lucro para a empresa. Só em 2015, a empresa repassou cerca de R$ 109 milhões aos cofres públicos.

Outro fator que pesa contra a privatização, segundo o sindicado dos funcionários, é que cada vez que um serviço é privatizado, o valor da tarifa aumenta para garantir o lucro das empresas. No caso da Cedae, o tema é sensível, sobretudo porque ela fornece água para mais de cinco milhões de pessoas em situação de pobreza, que pagam uma taxa social.

O Brasil de Fato procurou a assessoria do governador Luiz Fernando Pezão, mas até o fechamento dessa matéria ainda não tinha recebido resposta.

Ruas da região central da cidade foram fechadas e parte do comércio foi fechada. Bombas de gás, balas de borracha, spray de pimento e jatos de água foram usados por policiais militares para dispersar a manifestação.

Um grupo de 17 estudantes universitários foi detido pela Polícia Militar (PM) durante protesto contra a privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae), na tarde desta segunda-feira (20), no centro do Rio de Janeiro.

Policiais do Batalhão de Choque obrigaram os jovens a deitar na calçada, com o rosto virado para o chão. Segundo os policiais, o grupo estava jogando pedras e bombas na tropa.

No entanto, testemunhas contestam a versão da PM. “Eles não jogaram nada. Eles são da Uerj  [Universidade Estadual do Rio de Janeiro], não são black blocs. Isto é uma arbitrariedade”, disse a advogada Elza Braz, integrante da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Alguns manifestantes se aproximaram do espaço onde estavam os jovens para pedir a libertação do grupo, e os policiais responderam com bombas de gás lacrimogêneo, de efeito moral e tiros de bala de borracha para dispersá-los. Os universitários foram levados em um micro-ônibus da PM para uma delegacia de polícia da região.

Fonte: http://www.revistaforum.com.br

 

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