Com uma cerimônia solene, a Colômbia firmou nesta segunda-feira, na cidade de Cartagena, um histórico acordo de paz com a guerrilha das Farc, para acabar com um conflito de mais de meio século.
O presidente Juan Manuel Santos e o principal líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Rodrigo Londoño, mais conhecido por seus nomes de guerra Timoleón Jiménez e Timochenko, assinaram o pacto anunciado em 24 de agosto, após quase quatro anos de negociações em Cuba.
“Membros das Farc, hoje, quando empreendem seu caminho de volta à sociedade, quando começam seu trânsito para se converter em um movimento político sem armas, seguindo as regras da justiça, verdade e reparação contidas no acordo, como chefe de Estado desta pátria que todos amamos, lhes dou as boas-vindas à democracia”, disse Santos em seu discurso.
“Trocar as balas por votos, as armas por ideias, esta é a decisão mais valente e mais inteligente que pode tomar qualquer grupo subversivo”, afirmou Santos.
“Prefiro um acordo imperfeito que salve vidas a uma guerra perfeita que siga semeando morte e dor em nosso país, em nossas famílias”, declarou o presidente ao prestar homenagem às oito milhões de vítimas do conflito armado.
Santos exortou os colombianos a votar no próximo domingo no referendo que dará o aval ao acordo de paz. “Com seu voto, cada colombiano terá um poder imenso: o poder de salvar vidas, o poder de deixar para seus filhos um país tranquilo”.
Para entrar em vigor, o acordo deve ser aprovado em um plebiscito convocado para 2 de outubro. As pesquisas mais recentes indicam a vitória do ‘Sim’.
Em seu discurso, Rodrigo Londoño declarou que “renascemos para promover uma nova era de reconciliação e de construção da paz”, e citou o escritor colombiano Gabriel García Márquez ao dar boas-vindas a “esta segunda oportunidade sobre a terra”.
Londoño se desculpou com as vítimas do conflito: “em nome das Farc-EP, peço sinceramente perdão a todas as vítimas do conflito por toda a dor que causamos nesta guerra”.
Fonte: http://zh.clicrbs.com.br/