A ligação entre Turismo e os meios de Transportes é tão próxima que, frequentemente, as pessoas usam o termo “Viagens” enquanto sinônimo de Turismo. Efetivamente, em muitas línguas, Turismo é apenas outra maneira de se referir as viagens. Aliás, em Inglês, é evidente a relação entre “tour” e “tourism”. Os transportes permitem-nos viajar. Infelizmente, em tempos nos quais a elegância cedeu o lugar à conveniência prática, e o Terrorismo ficou psicologicamente ligado aos sistemas de transporte, as atividades turísticas não podem evitar as questões decorrentes dos Transportes. Com exceção das caronas, as empresas de transportes estão ligadas ao Turismo em quatro grandes áreas. São elas: segurança aérea, a segurança marítima, incluindo os cruzeiros, a segurança ferroviária e a rodoviária, incluindo nesta última os transportes públicos e os veículos particulares. Além disto, temos os ativistas de movimento ecológicos que buscam limitar as viagens devido ao impacto climático e à poluição gerada. Ninguém sabe quais serão os efeitos de uma limitação das viagens, especialmente na área do Turismo, mas podemos prever facilmente que tanto os deslocamentos internos de longa duração quanto as viagens internacionais serão afetados caso existam menos meios para viajar. Em seguida, a “Tourism Tidbits” avalia cada uma das quatro áreas quanto ao respectivo impacto no Turismo, apresentando algumas sugestões de melhoria.
Segurança Aérea
Voar passou de ser uma vertente integral e agradável do Turismo para se transformar em algo que temos que padecer. No mundo de hoje, voar não perdeu a sua elegância, porém com algumas limitações. Embora o custo das passagens esteja mais acessível, não é percebido como tal. Demasiadas vezes, os sorrisos foram substituídos por angústias, e os assentos nos aviões passaram a ser exercícios de resistência. Não podemos pôr toda culpa nas companhias aéreas, porque elas também seguem regulamentações governamentais, além de terem de implementar políticas públicas, que até prefeririam não aplicar. Apesar disto, o público, tal como nos restantes segmentos turísticos, tende a misturar as suas frustrações e atribuir as responsabilidades às linhas aéreas. Somamos a isso outras dificuldades, tais como:
- Terminais mal concebidos, dando lugar a longas filas;
- Grandes distâncias entre as portas de embarque ou a dificuldades no deslocamento de um terminal para outro;
- Custos altos nos terminais para serviços básicos, associados à falta de qualidade;
- Estacionamento caro;
- Lentidão na entrega, ou até perda, das bagagens;
- Múltiplos níveis de burocracia, que se atrapalham entre si;
Mas, também têm ocorrido várias melhorias, tais como:
- Muitos terminais oferecem ligações gratuitas à Internet;
- Alguns possuem parques infantis;
- Existem agora lojas e restaurantes de alta qualidade;
- Foram criados muitos clubes para executivos e áreas de trabalho.
Paralelamente a tudo isso, existe a constante preocupação relativa a ataques terroristas. Apesar dos transportes aéreos serem o meio de transporte mais seguro, os episódios ocorridos no mundo divulgados na imprensa acentuam o medo que algumas pessoas têm de voar e causa níveis de ansiedade maiores que nos outros meios de transporte. Não podemos deixar de afirmar que, caso as atividades turísticas não lidem com os problemas, tanto reais quanto percebidos, do transporte aéreo, ficarão em sério risco.
A Segurança nos Transportes Aéreos tem sido mais reativa que proativa. Até pouco tempo, a maior parte das medidas de segurança tiveram por objetivo impedir a repetição de ataques. A exemplo disso, hoje milhões de pessoas têm que tirar os sapatos no aeroporto porque um dia alguém tinha uma bomba no sapato. Por outro lado, muito pouco foi feito para controlar aqueles que revistam os passageiros e as bagagens, não sendo também claro como são feitas as verificações de segurança dos trabalhadores que têm acesso aos aviões antes das partidas ou depois das chegadas.
A indústria aeronáutica também tem de lidar com as questões resultantes das “Alterações Climáticas”. Os grupos ligados ao Turismo Ecológico pedem às pessoas para voarem menos. Tais orientações não apenas poderão acabar com muitos destinos, por exemplo, as Caraíbas ou o Havaí, que dependem imensamente do transporte aéreo, como também tornarão as viagens de negócios mais caras ou quase impossíveis.
Segurança Marítima
O Turismo Marítimo e Aquático cobre muitos segmentos. O termo inclui tudo, desde cruzeiros até ao iatismo, das férias na praia até a canoagem fluvial. Cada um destes segmentos tem os seus próprios desafios. Pelo que podemos distinguir o Turismo Marítimo do Turismo Aquático, este ultimo consiste em tudo o que diz respeito a viagens e entretenimento relacionados com água. Já o Turismo Marítimo tem a ver com as viagens em si, implicando a presença de um transportador comercial, seja de um ferryboat ou de um navio de cruzeiro.
O Turismo Marítimo, em especial no que toca aos cruzeiros, apresenta diversos desafios. Entre estes, temos os incêndios a bordo, as questões ligadas à Pirataria ou ao Terrorismo, os furtos e os assaltos, bem como as agressões sexuais, as pessoas que caem ou que são empurradas da borda, assim como os problemas de Saúde, tais como os resultantes do vírus Nordau. Somado a tudo isto, as companhias de cruzeiros ainda têm que frequentemente lidar com problemas dos seus passageiros quando estão em terra, assim como de embarque e controle de passaportes.