As estatísticas da violência com armas de fogo nos Estados Unidos revelam quão rotineiros são os massacres e outros incidentes com armas de fogo em um país com quase tantas armas quanto pessoas.
Segundo dados do Departamento de Justiça dos Estados Unidos e do Conselho de Relações Exteriores, o país teve 130.347 pessoas mortas em incidentes envolvendo armas de fogo entre 2001 e 2011. No mesmo período, houve 3 mil mortes relacionadas a atos de terrorismo (sendo 2.689 delas nos atentados de 11 de Setembro). O primeiro número é mais de 40 vezes maior que o segundo.
Ao fazer um pronunciamento sobre a chacina em Oregon, o presidente americano demonstrou estar alternadamente irritado, desgastado e aparentemente resignado a lidar com a difícil oposição que enfrenta sobre o tema no Congresso. Essa foi a 15ª vez que Obama se pronunciou ou divulgou comunicado sobre um massacre desde início de seu governo, em 2009. Mas as mortes no Oregon foram o 994º massacre ocorrido apenas em seu segundo mandato, iniciado em novembro de 2012.
Mas se os massacres em escolas e outros capturam a atenção do mundo, a maioria das mortes por armas nos Estados Unidos são incidentes menores e, muitas vezes, pouco reportados. De acordo com o levantamento da ONG Gun Violence Archive, 9.956 pessoas foram mortas por armas de fogo até agora neste ano e mais de 20 mil ficaram feridas. Na verdade, tantas pessoas morrem a cada ano no país em incidentes com armas de fogo que a contagem de mortes entre 1968 e 2011 é maior do que a de mortes em todas as guerras das quais o país já participou.
Não há dados oficiais sobre o número de armas nos Estados Unidos, mas acredita-se que sejam cerca de 300 milhões, concentradas nas mãos de aproximadamente um terço da população. Isso é quase um número suficiente para que cada homem, mulher e criança do país possua uma. O direito de cidadãos a possuírem armas é protegido pela Segunda Emenda da Constituição americana e defendida ferozmente por grupos de lobby como Associação Nacional de Rifles (NRA, na sigla em inglês), que se gabou de ter cerca de 5 milhões de membros logo após o massacre em Sandy Hook.
Fonte: BBC